Aguarelas Finas, Le Corbusier | Maison La Roche, Paris

28 dezembro 2011

Dança e postura do corpo | Neurónios

Neurónios-espelhos no córtex pré-frontal ou nas áreas parietais (e provavelmente noutras) tratam das representações partilhadas - as imagens mentais que nos acodem ao espírito quando falamos com alguém a respeito de qualquer coisa que é familiar a ambos. Outros neurónios envolvidos no movimento activam-se quando nos limitamos a observar as acções de uma pessoa - incluindo a intrincada dança de gestos e de posturas corporais que fazem parte da conversa.

Células do opérculo parietal direito que codificam dados de retorno cinéticos e sensoriais começam a funcionar quando orquestramos os nossos próprios movimentos em resposta ao nosso interlocutor.

Quando se trata de ler e responder às mensagens emocionais de um tom de voz, activam-se os circuitos que ligam a ínsula e o córtex pré-motor ao sistema límbico, especialmente a amígdala. À medida que a conversa prossegue, ligações directas da amígdala ao tronco cerebral controlam as nossas respostas autonómicas, acelerando o ritmo cardíaco caso as coisas aconteçam.

in: Daniel Goleman, Inteligência Social, Círculo de Leitores, Lisboa, 2010, p. 469.

23 dezembro 2011

Kandinsky | Composições: Arte e Música



O pintor Wassily Kandinsky, nasceu em 1866 em Moscovo, foi para a Bauhaus (Alemanha), e faleceu em 1944 em Paris.
"O Fim da Ilusão" deu origem ao conceito de Expressionismo Abstracto, termo usado por Kandinsky em 1929.
Segundo o artista a pintura é uma provocação de emoções e de sensações cromáticas complexas.
Kandinsky com a sua obra esperava fazer vibrar harmoniosamente o espírito do observador e de modo algum perturbá-lo através da disturção.
Aos olhos do artista, emoções como o Amor, não tinham lugar na arte.
Ele tencionava fazer vibrar a Alma humana (o transcendal e o metafísico na esfera da pura espiritualidade).

18 dezembro 2011

Embrulho | Presente



Na China, o embrulho de um objecto sempre foi feito obedecendo a uma regra imutável que não tem em conta a forma do objecto a ser embrulhado. O papel, ou qualquer outra matéria, é colocado diante da pessoa de forma a coincidir com os quatro pontos cardeais, uma ponta para cima, uma para baixo e as outras duas, uma para cada lado, para a direita e para a esquerda; o objecto, que se encontra, teoricamente, no centro, representa o quinto ponto tão caro aos Chineses: torna-se o centro do mundo, o objecto de uma atenção quase sagrada. Este procedimento não exige qualquer tipo de cordel para segurar o embrulho: desta forma, jamais se desfaz. Porém, o objecto assim embrulhado adquire, sobretudo, o valor de um pequeno universo, centro de cuidados, de atenção e de intenção.
Sabe-se que esta arte de embrulhar continua a ser, no Japão, uma forma observada por todos, com um cuidado extremo. Os nossos embrulhos de presentes de Natal nada são comparados com a mais simples embalagem japonesa. Isto porque, segundo a meditação de Jean Barthes, o objecto, como que escondido sob uma multiplicidade de invólucros por todo o lado papel, tecido, madeira, etc., acaba por não ter qualquer importância; dir-se-ia, em linguagem corrente, que ele tem apenas um valor simbólico; seria mais justo dizer que a embalagem, que materializa o gesto do presente, se torna, em última instancia, um pensamento (BARS, 60) por detrás do qual o significado, isto é, o conteúdo do embrulho se aproxima do vazio. O conteúdo simbólico – e, portanto, o verdadeiro conjunto de significados oculto por destras da aparência exterior do embrulho – é descoberto ou lido na própria embalagem à medida que é desatado, desdobrado, despido.
Ver: Jean Chevalier & Alain Cheerbrant, Dicionário dos Símbolos, Teorema, Lisboa, 1994, p. 283.

17 dezembro 2011

Conhecimento Visual | Semir Zeki


Evolução do Pensamento Criativo

"O conhecimento visual não é apenas o que se adquire ou expressa pela linguagem. Há um conhecimento visual.
Kant na 'Crítica do Julgamento' explorou a maneira como a arte está relacionada ao sentimento de prazer e bem estar.
A arte é um subproduto da principal função evolutiva do cérebro, que é a aquisição de conhecimento.
O sistema de prazer está profundamente ligado à evolução, mas não se deve achar que se vai encontrar uma ligação directa e óbvia entre os dois, pois muito frequentemente são subprodutos.

O prazer estético - o corpo e a mente em equilíbrio. As áreas activadas no cérebro são o córtex motor, responsável pelo movimento. Quando vemos algo que consideramos feio, ele é activado com mais intensidade, como se quiséssemos fugir. Quando vemos algo bonito, a intensidade é menor, mas também está presente.

in: Semir Zeki, Splendors and Miseries of the Brain, London, 2010

Emotional Design | Donald Norman


A reacção e o comportamento ao Objecto


O prazer de conceber, usar e guardar objectos levam-nos a um conceito: Design Emocional.
Aproxima-mo-nos do mundo das emoções e das relações  afectivas entre os indivíduos e os seus objectos.
É neste contexto do cérebro emocional e dos seus mecanismos que entramos no conhecimento dos processos de cognição, visualização e identificação ou identidade.

"No mundo do design nós associamos emoções e beleza!
Criamos coisas atractivas que as pessoas não têm no seu dia-a-dia, nós gostamos de coisas bonitas, porque elas nos fazem sentir bem. As emoções reflectem então experiências pessoais, associações e memórias."

in: Donald Norman, Emotional Design, Basic Books, New York, 2004

16 dezembro 2011

Durante o Rio




ÁGUA 

Origem da Vida, Nascimento, Reprodução, Fêmea, Óvulo
Ciclo da Vida - desde o nascimento à morte
O Círculo - a Terra, o Óvulo, o Oceano
O Artista - a expressão visual, a imaginação, a comunicação
A Arte - junta a ciência à representação visual

Ver: www.cristinataide.com

14 dezembro 2011

Dos «Poemas Inconjuntos»


Se eu morrer novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi coisa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.
(…)
Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão -
Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e à chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraído.
(…)
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.

Ver: Fernando Pessoa, Ficções do Interlúdio, in: Dos «Poemas Inconjuntos» (1913-1915), pp. 231 a 242.
  

11 dezembro 2011

Malevich | Cruz



Um Mundo Sem Objectos.
O Suprematismo é a inexistência de fronteira entre o mundo sensível e o mundo metafísico.

O Quadrado é a forma pura e abstracta que consegue conter todas as formas geométricas. O Preto absorve todas as cores. O Branco reflecte todas as cores.

O Negro é o momento em que Tudo é criado! A partir do Zero. O Branco é o infinito.

A Cruz é um dos Símbolos mais antigos desde a mais alta Antiguidade: Egipto, China, Creta … Como o Quadrado a Cruz simboliza a Terra. A Cruz dirigida para os Quatro pontos cardeais, é em primeiro lugar, a base de todos os símbolos de orientação, nos diversos níveis de existência do homem.

10 dezembro 2011

A Tudo Quanto Existe Me Hei-de Unir | Poema


Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.

Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.

Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como um beijo.

Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.

in: Em Todos os Jardins, Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen

07 dezembro 2011

Dan Flavin | Luz



A despersonalização do fazer artístico por recurso à produção industrial - factura fabril, amíude serial, em substituição da intervenção directa do artista na feitura da obra -
A autoria de referencialidade dos materiais - valência pelas propriedades físicas -
E a implicação do espectador numa receção mais activa da obra - são directrizes atribuíveis à arte dita minimal -


26 novembro 2011

25 novembro 2011

Arte Contemporânea Russa



Maxim Kantor é um artista russo, nasceu em Moscovo, em 1957.
O seu trabalho insiste no desenho, na exploração do traço, do riscar, da grafite e do carvão sobre o papel, ou ainda o desenhar com tinta sobre a textura das folhas, uma busca, uma exploração do mundo através da sua curiosidade, bem como das propostas de materiais e das técnicas exploratórias de registo.

Ver: www.maximkantor.com | www.maximkantor.com/FOTO/shows/portugal.htm

16 novembro 2011

Gabriela Albergaria | Herbes Folies



A Natureza, o desenho, a inspiração e a criação, processos de pensamento, de associação, de imaginação.
O ser humano e a evolução do cérebro.
O recorte, a montagem e a criação de novas imagens a partir de conexões e de associações estabelecidas pelo processo de imaginar.
O conhecimento visual a partir de estímulos e de provocações do olhar, uma interacção de ligações profícuas e ricas no corpo que as recebe, através de todos os sentidos activados.

09 novembro 2011

Robert Motherwell | Monocromia



Artista americano, ficou impressionado com a arte europeia, sobretudo com Matisse e Picasso.
O artista envolveu-se com os problemas humanos da época em termos mais filosóficos.

"O instrumento da pintura é a cor e o espaço: o desenho é essencialmente uma divisão do espaço. A pintura é o espírito que se compreende a si mesmo através da cor e do espaço."

Robert Motherwell | in: Arte do Século XX

06 novembro 2011

On Kawara | Dia Foundation



Artista japonês, nasceu em 1933.
Artista conceptual, vive e trabalha em Nova Iorque desde 1965.

04 novembro 2011

António Damásio | Memória


As nossas recordações são afectadas por preconceitos, na verdadeira acepção do termo, dada a nossa história passada e as nossas crenças. A memória inteiramente fidedigna é um mito, apenas aplicável a objectos triviais.

A noção de que o cérebro retém seja o que for como uma "memória isolada do objecto" não parece sustentável.

O cérebro retém uma memória daquilo que aconteceu durante uma interacção, e a interacção inclui de forma relevante o nosso próprio passado, e muitas vezes o passado da nossa espécie biológica e da nossa cultura.

O facto de apreendermos por interactividade, e não por receptividade passiva, é o segredo do "efeito proustiano" na memória, a razão pela qual muitas vezes recordamos contextos e não apenas coisas isoladas.

in: António Damásio, O Livro da Consciência, a Construção do Cérebro Consciente, p. 171.

02 novembro 2011

Dan Flavin | Dia: Beacon, NY



Não é a luz, nem a sombra, nem a perspectiva que por si transformam objectos vulgares ou mesmo feios em obras de arte; eles são transformados pelo sentimento do artista e pelos valores associativos.

in: Herbert Read, A Filosofia da Arte Moderna, p. 86.

01 novembro 2011

Dia Foundation | NY



A arte é uma mentira que nos faz atingir a verdade, pelo menos a verdade que podemos compreender. (Picasso)
A arte é um sistema fechado, 'verdadeira' até ao ponto em que a sua retórica nos convence, nos agrada e nos reconforta.
Não tem missão espiritual; e é acusada de não ter qualquer função social.
Os próprios artistas reconhecem o seu isolamento.

in: Herbert Read, A Filosofia da Arte Moderna, Editora Ulisseia, Lisboa, s.d., p. 43.

31 outubro 2011

Atitude | Arte



"A diversificação da arte moderna deve-se ao fracasso da atitude científica em arte."

in: A Filosofia da Arte Moderna, de Herbert Read, p. 43.

22 outubro 2011

Richard Long | Land Art




O artista Richard Long, nasceu em 1945, em Bristol, Inglaterra.
Trabalha sobretudo com pedra e madeira, materiais que retira directamente da natureza e os reenquadra criando uma forma circular, em espiral, oval ou rectilínea, deste modo cria ou salienta percursos que realizou a pé, em locais vários, desde montanhas, neve, água ou gelo.

O artista percorreu grande parte da superfície da Terra e dela registou fotograficamente a sua dimensão (ficando a escala humana presente nas intervenções que efectua, caminhos pequenos ou estreitos, espaço de abertura do pé humano) a beleza e o silêncio estão presentes como que em harmonia com a Natureza e a cultura visual da intervenção.

Os espaços que percorre e os registos que efectua através da fotografia e do seu caderno diário de registo escrito e de desenho, criam uma ligação espacial entre os diferentes lugares que escolhe para a sua intervenção ou seja as fotografias a preto e branco conferem um contraste e uma relação de formas naturais quase em simultâneo.

20 outubro 2011

Comunicação Não Verbal | Estudos

Birdwhistell, antropólogo e um dos pioneiros no estudo da comunicação não verbal, considerava que apenas parte do significado social de qualquer interacção correspondia ao campo da comunicação verbal.

A sua observação baseava-se no facto do ser humano utilizar os diversos sentidos para perceber o mundo, ocasionalmente lançando 'mão' das palavras verbalizadas para ser compreendido.

A comunicação não verbal sempre exerceu um grande fascínio sobre os seres humanos, pois existe uma aura de mistério em torno das habilidades necessárias para a sua interpretação consciente.
Além disso, parece que, no imaginário humano, quando se observa e correctamente interpreta a comunicação não verbal, a pessoa tem acesso à verdade e às emoções efectivamente.

Os campos de estudo da comunicação não verbal são variados e envolvem todas as manifestações de comportamentos não expressas por palavras: os gestos, expressões faciais, orientações do corpo, as posturas, a aparência física, a relação de distância entre os indivíduos, a modulação da voz e até mesmo, a organização dos objectos no espaço.

Presente, portanto, no nosso quotidiano, é difícil ter plena consciência da sua expressão, uma vez que muitas das suas manifestações estão ligadas ao sistema nervoso autónomo (Ekman e Friesen, 2003).

O facto é a presença da comunicação não verbal ter sido representada nas obras de arte ao longo de milénios, o que é um indicador da sua relevância.

17 outubro 2011

Ana Vieira | Diário de 5 Dias


A artista Ana Vieira nasceu em 1940 em Coimbra, no entanto, cresceu na ilha de S. Miguel, nos Açores.
Na obra de Ana Vieira, a casa torna-se um lugar de passagem do olhar e da percepção sensorial.
Neste sentido, trata-se de uma casa nómada, atravessada pelo cruzamento de continuidades e descontinuidades que baralham o que se poderia entender pelo seu "dentro" e "fora" que ora distinguem ora indistinguem os domínios do privado e do público, da intimidade e da revelação.

13 outubro 2011

Capas de Catálogos = Cartazes



A problemática | Designer e Artista
A capa do catálogo é igual ao cartaz.
A divulgação do artista através do cartaz e a capa do catálogo ser igual, causa uma problemática entre os criadores!
Identificação visual imediata e economia de criação.
Associação de significados cartaz/catálogo.

07 outubro 2011

Claes Oldenburg | Jardim de Serralves


Artista sueco no jardim de Serralves, no Porto.

"… Os desenhos para Colher de Jardineiro tornam claro, quando o apresentam a curvar-se para dentro da terra, que se trata de uma ferramenta que serve unicamente para plantar. Canelada nas costas e lisa por dentro, a sua pá vermelha parece ter sido concebida a pensar na Natureza. (…) Remetem para o crescimento provocado pela acção da Colher de Jardineiro ao penetrar no solo fecundo."

in: Claes Oldenburg, Fundação Serralves, Porto, 2001

01 outubro 2011

Arman | Acumulação



Arman nasceu em 1928, em Nice e faleceu em 2005, em Nova Iorque.
Desde cedo se familiarizou com a loja de antiguidades do seu pai.
A criação de uma nova perspectiva de aproximação à realidade levou-o ao grupo do Novo Realismo, francês.


29 setembro 2011

Julio González | Personaje de pie, amarillo y blanco (1937)


Artista espanhol, nasceu em Barcelona, em 1876 e faleceu em Paris, em 1942.
Foi considerado o maior escultor da primeira metade do século XX. Cerca de 1890 começou a frequentar o café "Quatro Gatos" em Barcelona, local onde conheceu Picasso.
Nas suas esculturas predomina o ferro, o que lhe confere uma estética modernista e contemporânea.
As suas obras encontram-se no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid.

in: Mercè Donate, Julio González, Retrospectiva, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, 2008

27 setembro 2011

Vik Muniz | VIK



Artista brasileiro, nasceu em São Paulo, em 1961.
A exposição VIK é a maior retrospectiva do artista plástico, e está patente de 21 de Setembro e 31 de Dezembro de 2011, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Apoiado no uso de materiais pouco convencionais, Vik imprimiu a sua marca em trabalhos fotográficos realizados a partir de técnicas e elementos tão diversos como papel recortado, arame, fios, sucata, lixo, calda de chocolate e algodão. A referência a clássicos da história da arte, originou obras emblemáticas como a réplica de Mona Lisa, em geleia e manteiga de amendoim.

O artista, em entrevista no Rio de Janeiro, descreve-se como: 

"Sempre fui muito curioso. A perspectiva do mundo vista por um menino pobre brasileiro. A estranheza de viver num lugar como estrangeiro. Tenho capacidade de usar defeitos e desvantagens. O ambiente cultural em que me desenvolvi teve uma importância muito maior do que a escolaridade. A herança da ditadura ajudou a torná-lo' elástico'.
Não sou um artista que está querendo emocionar. 
Estou querendo mudar a maneira como vemos, ou dinamizar os rituais visuais. Por isso trabalho com imagens exaustas, gastas. Por aí, isso é uma outra coisa, olha de novo…
A isso somou-se o seu 'interesse enorme' por tudo. 
'Venho de uma infância com capacidade de maravilhamento. Vou para Nova Iorque e tudo é óptimo. Pego um avião e é óptimo, até a comida é óptimo. Se tivesse ido para a Disney com cinco anos não teria essa capacidade de maravilhamento com tudo. Nunca perdi isso. Lembro-me de estar fazendo uma exposição numa galeria de Pittsburg e estar nervosíssimo. Essa insegurança de depender da afeição do público é muito boa. Hoje já sei o que funciona, e sinto falta de sentir medo de ser rejeitado."

in: ipsilon.publico.pt/artes/texto.aspx?id=293810

24 setembro 2011

Giulio Carlo Argan | Arte

A importância da Arte.

A concepção de arte de Argan permitiu inserir os trabalhos artísticos num amplo contexto histórico, pois de alguma forma criativa um termo comum entre o fazer artístico e as demais actividades.
No entanto, "desde a sua origem a arte é modelo da produção, enquanto é a actividade que produz objectos detentores do máximo de valor. A obra de arte é o objecto único, que tem o máximo de qualidade e o mínimo de quantidade".


in: Giulio Carlo Argan, Arte Moderna, p. XIX

23 setembro 2011

Matisse | A Dança



"Um único tom não é nada em termos de cor; dois tons são um acorde, são a vida"

Henri Matisse

20 setembro 2011

Vanessa Beecroft | Esculturas Vivas



Artista italiana nasceu em Génova, em 1969.
Formou-se em Arquitectura, Pintura e Cenografia. É artista plástica, performer e fotógrafa.
O seu trabalho está intimamente associado às performances de modelos que depois fotografa e filma.
É considerada uma das artistas que mais trabalha a relação do corpo e a sua representação mediática.
A obra de Vanessa Beecroft revê conceitos de dandismo e de solidão urbana tão próprios da modernidade, trabalhando sobre os ícones, as marcas da moda, as fardas militares.

in: Exposição Vanessa Beecroft, Culturgest, Outubro/ Dezembro de 2002

16 setembro 2011

Peter Kogler | Berardo Lisboa





Artista austríaco, nasceu em 1959.
O artista encontrou na formiga e no cérebro dois temas clássicos que unem o simbólico ao orgânico.
As suas produções com carácter arquitectónico criam espaços nos quais a realidade e a ficção se confundem.
As ligações entre a pintura e o vídeo de grandes dimensões, a escultura e as artes gráficas produzem intervenções que convidam a entrar num mundo de signos e de ideogramas dominado por uma transformação infinita de imagens e espaços digitais.




15 setembro 2011

Sean Scully | Catherine


Artista irlandês, nasceu em 1945, em Dublin.
Em 1969 passou parte do Verão em Marrocos e os padrões de riscas dos tapetes e das tendas marroquinas chamaram-lhe a atenção. Em seguida descobre a pintura de Mark Rotho e inspira-se na cor e na forma e descobre a pintura abstracta. Em 1975 muda-se para os EUA e instala-se em Nova Iorque. Em 1983 naturaliza-se americano.

A pintura de Sean Scully é espessa, as tintas criam uma textura que lhe confere uma construção visual arquitectónica.
Os padrões de composições que cria conferem-lhe uma associação com os tabuleiros de xadrez.

12 setembro 2011

Jean Dubuffet | Affluence


A obra de arte é tanto mais cativante quanto tenha sido uma aventura da qual carrega a marca, quanto se possam ler nela todos os combates travados entre o artista e a rebeldia dos materiais que trabalhou. E tanto quanto ele próprio não imaginara onde tudo isto o levaria!

in: Jean Dubuffet, Notes pour les fins-letrés, 1946

07 setembro 2011

Árvore da Vida | Casa da Cerca

A árvore da Vida surge em várias representações pictóricas, desde pinturas, fotografias, filmes e nesta imagem vemos uma árvore da vida pintada e desenhada por crianças, nela inscreveram os seus sonhos, as suas interpretações espontâneas no local e as suas motivações no modo como vêm o mundo e os que nele convivem. Comemorações na Casa da Cerca | Almada (Portugal)

04 setembro 2011

Modigliani | Femme nue en génuflexion sur la jambe gauche

Artista italiano nasceu em 1884, em Livorno, e faleceu em 1920, em Paris. Modigliani sofreu influências puras da arte africana, sobretudo das máscaras, o seu trabalho mostra uma inspiração ao nível do desenho, nos alongamentos da forma humana, rostos e corpos são alongados, uma inspiração ainda na obra do escultor romeno Constantin Brancusi, com quem conviveu em Montparnasse, Paris. A obra de Modigliani mostra na representação dos corpos, ‘uma revelação da alma humana’ ou um desnudamento desta.

30 agosto 2011

Alberto Carneiro | O Corpo e a Terra



" Dificilmente o que habita perto da origem abandona o lugar."

«Entre o meu corpo e a terra houve uma identidade profunda.
A floresta e a montanha com quem trabalho num tronco de árvore ou numa pedra fazem parte integrante no meu ser.»

in: M. Freitas, Alberto Carneiro, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1991

29 agosto 2011

Escultura Africana | Povo Tchokwe



Desenhos e fotografia de um banco Quioco com 23,8 cm de altura, 16,3 cm de largura e 43,9 cm de comprimento. A escultura africana na sua simplicidade.
Os Quiocos atribuem o nome de Tchituamo tcha tchiki a um banco pequenino e redondo, que é feito de um único tronco de madeira.
Trata-se de uma peça do quotidiano do povo Tchokwe.

in: Ana Paula Gaspar, Escultura Angolana através de objectos do quotidiano do povo Tchokwe, suas características morfológicas e tipológicas, (Dissertação de Licenciatura em Artes Decorativas), ESAD & Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, Lisboa, 1998 (Vol. I, p. 63)

27 agosto 2011

Jorge dos Reis | Tipografia



"Saber ver o desenho de uma letra e de um alfabeto passa por saber ouvi-lo."
«À minha casa na Serra da Estrela chegam continuamente sons de sinos vários, variadamente repercutidos, de significados diversos, de dia e de noite, através da neblina e com sol. São sinais de vida nas aldeias e na própria cadeia montanhosa. Convites ao trabalho, à meditação, avisos. "E a vida continua na sofrida e serena necessidade do equilíbrio do interior profundo" como diz Kafka.
Todo esse contexto de sons é foneticamente paralelo às palavras.
Elas próprias surgem mentalmente e rapidamente desaparecem de forma intuitiva. É o próprio tempo que provoca esse desaparecimento: Tempus Edax Rerum - o tempo é o destruidor de todas as coisas.
Na esfera destas palavras existem os caracteres. São formas abstractas com a sua devida atracção peculiar e mítica.
A letra no contexto da palavra, pela sua carga poética e poder de comunicação e ao mesmo tempo com a possibilidade de confundir e enganar, sempre foi para mim uma fonte de paixão e puro fascínio. (…)
A letra é em si um decifrar de códigos que perpassam a linguagem. Um alfabeto é uma exaltação harmónica plena, um estudo de execução transcendente.»

in: Jorge dos Reis, Das Letras que Moram nas Palavras, B.N., Lisboa, 2001

26 agosto 2011

Jochen Lempert | Fotografia


Artista alemão, nasceu em Moers em 1958.
Licenciou-se em Biologia e de onde ficariam indeléveis trabalhos de registo fotográfico excepcional. Este distingue-se, desde logo, pela escolha do assunto: a vida animal, que o artista investiga com um olhar informado e uma curiosidade insaciável, nas suas diferentes formas e nos mais diversos contextos (do habitat natural ao museu de história natural, do jardim zoológico ao meio urbano), mas também nas suas manifestações e representações na vida quotidiana e na cultura material. A este interesse pela vida animal como assunto alia-se uma exploração das propriedades e da materialidade da imagem fotográfica.
Jochen Lempert fotografa com uma câmara de 35 mm e a preto e branco, escolhe deliberadamente papéis que não se conformam aos padrões profissionais e tira partido, de forma prodigiosa, do processo de revelação.
O seu trabalho define uma posição artística solitária, discretamente construída sem qualquer concessão às tendências e aos cânones dominantes na fotografia contemporânea.

Curadoria · Curator: Miguel Wandschneider
in: www.culturgest.pt/actual/lempert.html

25 agosto 2011

Félix González Torres | Amantes Perfeitos (1987-1990)


Artista que nasceu em Cuba em 1957 e faleceu em Miami (EUA) em 1996.
A sua instalação "Amantes Perfeitos" tem o significado de dois corações que batem em sintonia (tal como acontecia nas suas relações amorosas).
A sua força e determinação levou-o a ultrapassar as fronteiras inicialmente dificultadas pela sua homosexualidade.
As suas intervenções artísticas contribuíram para a arte contemporânea através de um despertar dos sentidos no observador, bem como para um percurso pessoal do artista provocando emoções e sensações que espelham o quotidiano e as vivências da sociedade.

Ver: www.moma.org/

23 agosto 2011

Anish Kapoor (n. 1954, Bombaim) | Drip & Drop (2008)



O Artista indiano Anish Kapoor, tenta combinar nas suas obras o espiritual com as forças da natureza, resultando uma composição escultórica entre a poesia e o estado natural das coisas.
As suas esculturas envolvem o observador através dos seus sentidos e despertam o desejo de tocar, e de sentir a cor e a textura das suas obras, criando um efeito de poder sensitivo.
Os seus trabalhos mostram uma reflexão oriunda da filosofia, da mitologia, e da vida na Índia.
Mantendo uma expressão espiritual e filosófica, o Artista confere às suas criações uma sensualidade que se caracteriza pela forma extravagante e forte através do pigmento e da cor acentuada, as esculturas ganham um carácter de Totens.

in: www.anishkapoor.com
ver: www.youtube.com/watch?v=umVSGErfg8E

22 agosto 2011

Hannah Hoch | Arranjada para Sair - 1936


É uma Artista Alemã (1889 - 1978).
"Tal como em algumas das suas colagens, também o acesso ao seu atelier, não era fácil, mas antes um emaranhado e cheio de surpresas. (…) Uma porta estreita dava passagem, pela varanda, subindo os degraus, para se entrar no atelier, dominado por uma enorme e velha mesa de trabalho, cujo tampo nunca vi senão coberto de montanhas de material de trabalho. Ali empilhava-se o material que servia a "colagista" de fotomontadora: papeis brancos e pretos, papeis de cor de várias espessuras e dimensões, recortes díspares de revistas, catálogos e prospectos, caixas de cartão cheias de jornais, velhas caixas de charutos com achados ao lado de frascos de cola, lupas, pesos, molhos de pincéis, lápis de cores e réguas."

in: Gotz Adriani, Colagens Hannah Hoch 1889-1978, F. Serralves, Porto, 1990, p. 85.

10 agosto 2011

Robert Mangold (n. 1937) | Pintor Americano


A Pintura como objecto.
A tentativa de transformar a pintura num objecto através de uma redução radical da forma e da expurgação do toque pessoal, deixando apenas uma superfície opaca tão lisa quanto um espelho, adquire uma forma extrema nas obras perfeitamente executadas de Robert Mangold.

09 agosto 2011

Pintar significa registar e organizar sensações de cor | Cézanne (1839 - 1906) | Intervenção de Andy Goldsworthy

«Ao pintar, é preciso que os olhos e o cérebro se auxiliem mutuamente. Devemos trabalhar no seu aperfeiçoamento recíproco pelo desenvolvimento lógico das impressões de cor. Então os quadros seriam construções perante a Natureza. - Tudo na Natureza se modela como esferas, cones cilindros. Devemos aprender a pintar baseados nestas formas simples e só depois seremos capazes de fazer tudo quanto quisermos.
Não se deve separar o desenho da cor. Fazê-lo é como se você quisesse pensar sem palavras, mas apenas com algarismos e sinais.
Mostre-me alguma coisa que seja só desenho na Natureza. Não há linhas, não há modelação, há apenas contrastes. Não são, porém, contrastes de preto e branco, mas sim movimentos de cor.
O artista deve precaver-se contra a tendência para a literatura, que tantas vezes é motivo para que o pintor se afaste do seu verdadeiro caminho. (…)
Para o pintor, só as cores são verdadeiras. Antes de mais, um quadro não representa nada, nem deve começar por representar coisa alguma senão cores. História, Psicologia, tudo isso está no entanto lá, porque os pintores não são nenhuns idiotas.
Há uma lógica das cores, que diabo, o pintor deve obedecer-lhe e nao à lógica cerebral!
Quando ele se perde com esta última está perdido. É com os olhos que deve perder-se.
A pintura é uma óptica e a essência da nossa arte reside sobretudo naquilo que os nossos olhos pensam.»


in: Sensação e construção; entrevistas a Cézanne.

06 agosto 2011

Palavras de Cézanne | Obra de Andy Goldsworthy

«O aroma azul e amargo dos pinheiros ao sol deve conjugar-se com o cheiro verde dos prados e o hálito dos rochedos do longínquo mármore dos montes de Sainte-Victoire.
É preciso traduzir isto, mas só por cores, sem literatura. A arte, julgo eu, põe-nos num estado de graça, por meio do qual encontramos por toda a parte a emoção, como nas cores.
Um dia virá, em que uma simples cenoura, que um pintor viu com olhos de pintor, pode originar uma revolução.
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Uma paisagem (no século XIX, antes de Delacroix) era feita como que ordenada e composta a partir de fora. Não se sabia que a Natureza está mais no fundo do que à superfície. A superfície pode mudar-se, adornar-se, arranjar-se, mas as profundezas não se podem tocar assim tão facilmente.
As cores são a expressão dessas profundezas à superfície, crescem das raízes do mundo. (…)
A suavidade do nosso ambiente encontra-se com a suavidade do nosso espírito. As cores são o local de encontro do nosso intelecto com o universo.»

03 agosto 2011

O Artista

«O artista é apenas um orgão de recepção, um aparelho registador das impressões sensoriais; complicado, mas bom. - É um disco sensível, mas um 'disco' que passou por muitos banhos no estado de sensibilidade, por estudos, meditações, dores, alegrias. A vida preparou-o. - Mas quando ele (o artista como consciência subjectiva) intervém, quando o desgraçado se imiscui voluntariamente no processo de transmissão, só introduz nele a sua insignificância e a obra torna-se inferior.»

in: À conversa com Cézanne 'alarga as mãos de dedos estendidos, aproxima-os uns dos outros devagar, une-os, entrelaça-os convulsivamente); A arte é uma harmonia que existe paralela à Natureza, Walter Hess, p. 36.

01 agosto 2011

Vicent Van Gogh


«…pois Van Gogh vê directamente em toda a Natureza expressões do destino humano e uma corrente impetuosa de energias vitais.
As cores emancipadas pelo Impressionismo tornam-se para ele elementos imediatos, tornam-se mesmo uns demónios de força violenta que 'estão ligados ao sentimento como a música ao estímulo'. Porém, ele não quer ser um 'músico de cores', mas exprimir a realidade das coisas.»

Círculo de Cores | Johannes Itten (1961)


«De Cézanne, a pintura moderna aproveitou o puro valor da cor e a ideia da realização; dos neo-impressionistas, o valor de beleza puro da cor e a ideia da grande harmonia. Ainda mais puro que nos impressionistas, o quadro deve ser totalmente feito como de luz colorida. (…)
A sombra, junto de uma cor forte, colora-se com a sua complementar, que os nossos olhos nela produzem. Isto baseia-se numa lei fundamental físico-fisiológica. A luz incolor pode ser decomposta através de um prisma nas cores do espectro solar - vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta (arco-íris). Estas cores fundamentais dispõem-se segundo um círculo de cores.
Cada uma das cores secundárias (laranja, verde e violeta) é a transição ou a mistura entre as duas cores primárias que lhe são adjacentes. Cada cor primária dentro do círculo, forma um par de cores complementares com a cor secundária que lhe fica em frente, isto é, ambas as cores se completam em luz incolor ao misturar-se opticamente, mas, lado a lado, aumentam mutuamente a sua intensidade (vermelho-verde, amarelo-violeta, azul-laranja). (…)
Van Gogh confessa igualmente - ainda antes do seu contacto com o Impressionismo - que as ideias de Delacroix lhe deram um conhecimento decisivo do puro valor expressivo da cor.»

in: Walter Hess, Documentos para a compreensão da Pintura Moderna, p. 27

29 julho 2011

Helena Almeida | Dramatis Persona: Variações e Fuga sobre um Corpo


«No entanto, posso dizer que são encenações executadas num pequeno, ou por vezes grande, enquadramento (no sentido quadro/teatro) em que apareço como uma ficção.
Estas cenas são feitas como se fossem a narrativa duma cintilação, aparecimento/desaparecimento, contada com o silêncio da linguagem dos surdos.
Projecções que eu quero que contenham o som do corpo profundo. Imagens que contam o que se passa antes da imagem, antes do movimento como pensamento, antes da história e sobretudo antes da intencionalidade. E sobretudo vê-las passadas para a categoria sumptuosa do significante.
Quis experimentar num esforço supremo essa zona 'vazia' e densa do pré-movimento, do pré-acontecimento com o seu peso escuro e disforme.
Numa espécie de penúltima expressão.»
Helena Almeida, Fevereiro de 1994

24 julho 2011

23 julho 2011

Eduardo Nery | Arte Atelier 1956 - 1996


Eduardo Nery

Nasceu em 1938, na Figueira da Foz. Vive em Lisboa.
Tem desenvolvido actividade profissional nos domínios da pintura, desenho, colagem, gravura, tapeçaria, azulejaria, cerâmica, vitral, mosaico, pavimentos, cor na arquitectura, fotografia e design.
Tem obras suas no Everson Museum of Art (Syracuse, Nova York), no Taipei Fine Arts Museum, Taiwan; no Gardiner Museum, Toronto, Canada; no Maihaugen Museet, Lillehammer, Noruega; e em 22 museus portugueses, nomeadamente no Centro de Arte Moderna (Fundação Calouste Gulbenkian), no Museu de Arte Contemporânea (Fundação de Serralves); Museu Colecção Berardo; Caixa Geral de Depósitos (Culturgest); Museu do Chiado e no Museu de Arte Contemporânea. Colecção José Augusto França, Tomar