Aguarelas Finas, Le Corbusier | Maison La Roche, Paris

11 julho 2018

Velho Sol | Paulo Brighenti



Num poema de Emily Dickinson intitulado I died for Beauty - but was scarce dois mortos encontram-se lado a lado e perguntam-se porque falharam. Um responde: "Eu morri pela beleza" e o outro "eu morri pela verdade". Deram as mãos e esperaram que o musgo lhes tapasse a boca. Este poema serve de inspiração à nova série de trabalhos de Paulo Brighenti apresentada na exposição 'Velho Sol'.
Falam da condição de ser artista, de criar. De viver entre a necessidade de beleza e de verdade. Uma preocupação que vem de um pintor mas que facilmente pode ser transportada para o universo do teatro. Vive-se num limiar entre mundos, numa encenação constante, e é exatamente nessa fronteira que o pulsar criativo emerge (ou morre). Como um Velho Sol que nunca se cansa de subir ao palco, de iluminar, de se iluminar para se escurecer de seguida, e assim até ao fim do tempo.
É também da luz que trata a obra de Paulo Brighenti. De trazer à luz o que estava escondido. Uma procura incessante por algo que está para além da superfície de uma tela, de uma folha de papel, ou de uma placa de gesso através de um explorar dos limites não só do material, mas do próprio médium que trabalha.

in: Velho Sol, de Paulo Brighenti, Casa da Cerca, Almada, Julho de 2018