Aguarelas Finas, Le Corbusier | Maison La Roche, Paris

29 maio 2013

Bertolt Brecht


Do rio que tudo arrasta se diz que é violento mas ninguém diz violentas as margens que o oprimem. 
Bertolt Brecht

Ver: http://www.astormentas.com/brecht.htm

22 maio 2013

Todos são especiais | Aceitar


Todas as pessoas são especiais.
O erro do ser humano foi pensar que alguns são mais importantes do que outros.
A inteligência ou as capacidades que uns possam ter em relação a outros foram dádivas da natureza e sensibilidades diversificadas, o que significa a riqueza da humanidade.
O grande desafio é aceitar as diferenças entre cada um no conjunto de todos.

[Imagem] S/Título, Sem Data, de Emmerico Nunes

14 maio 2013

Michel Onfray | O Desejo


A codificação ascética.
A priori, o desejo estimula uma formidável força anti-social.
Antes da sua captura e domesticação pelas formas que se apresentam como socialmente aceitáveis, o desejo representa uma energia perigosa para a ordem estabelecida.
Sob a sua tutela, aquilo que constitui um ser socializado já não conta para nada: utilização do tempo ordenado e repetitivo, prudência na acção, poupança, mansidão, obediência, tédio.
É assim que triunfa tudo o que se opõe a isto: liberdade total, soberania do capricho, imprudência generalizada, despesas sumptuosas, insubmissão aos valores e aos princípios vigentes, rebelião em face das lógicas dominantes, total falta de socialidade.
Para poder ser e durar, a sociedade tem que submeter essa força selvagem e sem lei.

in: A Potência de Existir, de Michel Onfray, Campo da Comunicação, p. 119.

08 maio 2013

Simone de Beauvoir | Ninguém nasce mulher: torna-se mulher




LOVE  LOVE  LOVE
Não faço filhos, faço livros.
Simone de Beauvoir


A Ciência mostrou que o "instinto materno" não é inato e pode ser vivido de diversos modos. As transformações culturais trouxeram a oportunidade de fazer opções, o que ajudou muita gente a chegar à conclusão de que não quer engravidar - algo simplesmente impensável na época das nossas avós.
No entanto, ao serem questionadas as mulheres percebem na curiosidade alheia a pressão e as críticas disfarçadas, como se a opção de não terem sido mães as fizesse pessoas especialmente egoístas ou fosse sinal de algum "grande problema" em relação à sua feminilidade. Nas pesquisas efectuadas, o estudo revelou que as mulheres sem filhos se sentiram estigmatizadas como se fossem cidadãs de segunda categoria. "É como se, de certa forma, a maternidade fosse a garantia de nos tornarmos pessoas melhores", observa Maria Letizia Tanturri, professora de Demografia na Universidade de Pavia, Itália.

As mulheres criaram outros interesses. A neurologista Rita Levi-Montalcini (ganhadora do prémio Nobel da Fisiologia e Medicina, em 1986) e a escritora Simone de Beauvoir, não foram mães, mas criaram conhecimento.
A filósofa Elisabeth Badinter, publicou O Conflito: a mulher e a mãe. Hoje, as mulheres têm melhores condições socioeconómicas, podem escolher, e, pelo menos na Europa, uma em quatro mulheres não parece estar interessada em ter filhos, afirma a socióloga inglesa Catherine Hakim, pesquisadora da London School of Economics.

in: Revista Scientific American, Filhos? Não, Obrigado, Ano XIX, Nº 231, p. 37.

06 maio 2013

Pedro Tamen | Dentro de Momentos


Ao lado da manhã nasceu outra manhã
Onde o teu pé, só por tocar o chão,
Imobiliza o tempo.

Aquele que não ama nem odeia,
Por não ferver, azeda como o leite.


(Texto) in: Dentro de Momentos, de Pedro Tamen, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, pp. 20 e 29.
(Imagem) Colagens, de Fernando de Azevedo, in: Exposição - Razões Imprevistas, Centro de Arte Moderna,  Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Maio, 2013