Aguarelas Finas, Le Corbusier | Maison La Roche, Paris

08 maio 2013

Simone de Beauvoir | Ninguém nasce mulher: torna-se mulher




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Não faço filhos, faço livros.
Simone de Beauvoir


A Ciência mostrou que o "instinto materno" não é inato e pode ser vivido de diversos modos. As transformações culturais trouxeram a oportunidade de fazer opções, o que ajudou muita gente a chegar à conclusão de que não quer engravidar - algo simplesmente impensável na época das nossas avós.
No entanto, ao serem questionadas as mulheres percebem na curiosidade alheia a pressão e as críticas disfarçadas, como se a opção de não terem sido mães as fizesse pessoas especialmente egoístas ou fosse sinal de algum "grande problema" em relação à sua feminilidade. Nas pesquisas efectuadas, o estudo revelou que as mulheres sem filhos se sentiram estigmatizadas como se fossem cidadãs de segunda categoria. "É como se, de certa forma, a maternidade fosse a garantia de nos tornarmos pessoas melhores", observa Maria Letizia Tanturri, professora de Demografia na Universidade de Pavia, Itália.

As mulheres criaram outros interesses. A neurologista Rita Levi-Montalcini (ganhadora do prémio Nobel da Fisiologia e Medicina, em 1986) e a escritora Simone de Beauvoir, não foram mães, mas criaram conhecimento.
A filósofa Elisabeth Badinter, publicou O Conflito: a mulher e a mãe. Hoje, as mulheres têm melhores condições socioeconómicas, podem escolher, e, pelo menos na Europa, uma em quatro mulheres não parece estar interessada em ter filhos, afirma a socióloga inglesa Catherine Hakim, pesquisadora da London School of Economics.

in: Revista Scientific American, Filhos? Não, Obrigado, Ano XIX, Nº 231, p. 37.