Aguarelas Finas, Le Corbusier | Maison La Roche, Paris

01 agosto 2011

Círculo de Cores | Johannes Itten (1961)


«De Cézanne, a pintura moderna aproveitou o puro valor da cor e a ideia da realização; dos neo-impressionistas, o valor de beleza puro da cor e a ideia da grande harmonia. Ainda mais puro que nos impressionistas, o quadro deve ser totalmente feito como de luz colorida. (…)
A sombra, junto de uma cor forte, colora-se com a sua complementar, que os nossos olhos nela produzem. Isto baseia-se numa lei fundamental físico-fisiológica. A luz incolor pode ser decomposta através de um prisma nas cores do espectro solar - vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta (arco-íris). Estas cores fundamentais dispõem-se segundo um círculo de cores.
Cada uma das cores secundárias (laranja, verde e violeta) é a transição ou a mistura entre as duas cores primárias que lhe são adjacentes. Cada cor primária dentro do círculo, forma um par de cores complementares com a cor secundária que lhe fica em frente, isto é, ambas as cores se completam em luz incolor ao misturar-se opticamente, mas, lado a lado, aumentam mutuamente a sua intensidade (vermelho-verde, amarelo-violeta, azul-laranja). (…)
Van Gogh confessa igualmente - ainda antes do seu contacto com o Impressionismo - que as ideias de Delacroix lhe deram um conhecimento decisivo do puro valor expressivo da cor.»

in: Walter Hess, Documentos para a compreensão da Pintura Moderna, p. 27