Aguarelas Finas, Le Corbusier | Maison La Roche, Paris

21 fevereiro 2014

O Que Importa


Às vezes apetece mudar tudo
Uma libertação de quase tudo

Fraca, demasiadamente fraca
A fraqueza, a falta de quase tudo
Quando não se precisa de quase nada

Apenas ar, sol e alegria
E também da música
Quase tudo o que é preciso.

O que importa uma multidão
O que importam os objectos
O que importa quase tudo
O que importa quase nada

O que realmente importa
A relação, a troca
O tempo, o tempo que não é contado
A sabedoria, a humildade, a simplicidade.

in: Fevereiro, 2014

20 fevereiro 2014

Reacção Emocional | Modelo


(…) A partir de um estudo da emoção, área emergente das ciências cognitivas no contexto contemporâneo, destacamos o mecanismo da emoção, enquanto resultado de uma lógica. Assim uma emoção é o resultado de um mecanismo de ordens, e/ou de comportamentos, que resultam das primeiras acções experimentadas. O que significa que o nosso cérebro grava modelos que se repetem, ou seja, um estímulo provoca uma resposta e o cérebro constrói um modelo. Deste modo a lógica do entendimento da acção e reacção permite a construção de modelos de estímulo-resposta. Assim, as pessoas são como 'máquinas' no sentido em que reagem por hábitos, por informação codificada, gestos controlados, imitação, dados que são gravados no cérebro e repetidos, os ditos modelos. (…)

in: Socio-Emotional Design of Personal Robots, Cynthia Breazeal, (7th International Conference on Design and Emotion), Chicago, 2010

 (…) Segundo António Damásio 'nós pensamos com o nosso corpo' e as "emoções são literalmente 'corporalizadas'. O nosso cérebro é um detector de emoções e "até mesmo as pessoas 'normais' quando vêm imagens carregadas de grande emoção, têm secreções sudoríparas aumentadas. No caso das pessoas sujeitas a lesões cerebrais, não há nenhuma resposta epidérmica."

in: O Cérebro à Procura da Alma, de António Damásio, (Neuropsicologia, Édition Spéciale Science & Vie), 1996

14 fevereiro 2014

Amor | Alimento


A.M.O.R.  
»»» Sen-ti-men-to que nos im-pe-le para o objecto dos nossos de-se-jos…
»»» Objecto da nossa afeição; paixão; afecto; inclinação…

» A.LI.MEN.TAR. O. A.M.O.R.»

Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Chega-se sempre à primeira frase, ao primeiro número da revista, ao primeiro mês de amor. Cada começo é uma mudança e o coração humano vicia-se em mudar. Vicia-se na novidade do arranque, do início, da inauguração, da primeira linha na página branca, da luz e do barulho das portas a abrir.
Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Por isso respeito cada vez menos estas actividades. Aprendi que o mais natural é criar e o mais difícil de tudo é continuar. A actividade que eu mais amo e respeito é a actividade de manter. Em Portugal quase tudo se resume a começos e a encerramentos. Arranca-se com qualquer coisa, de qualquer maneira, com todo o aparato. À mínima comichão aparece uma "iniciativa", que depois não tem prosseguimento ou perseverança e cai no esquecimento. Nem damos pela morte. É por isso que eu hoje respeito mais os continuadores que os criadores. Criadores não nos faltam. Chefes não nos faltam. Faltam-nos continuadores. Faltam-nos tenentes. Heróis não nos faltam. Faltam-nos guardiões.

É como no Amor.
A manutenção do amor exige um cuidado maior. Qualquer palerma se apaixona, mas é preciso paciência para fazer durar uma paixão. O esforço de fazer continuar no tempo coisas que se julgam boas - é o que distingue os seres humanos. O nascimento e a morte não têm valor - são os fados da animalidade. Procriar é bestial. O que é lindo é educar. Estou um pouco farto de revolucionários. Sei do que falo porque eu próprio sou revolucionário. Como toda a gente. Mudo quando posso e, apesar dos meus princípios, não suporto a autoridade. (…)

Mudar é um instinto animal.
Conservar, porque vai contra a natureza, é que é humano. Gosto mais de quem desenterra do que de quem planta. Gosto mais do arqueólogo do que do arquitecto. Gosto de académicos, de coleccionadores, de bibliotecários, de antologistas, de jardineiros.
Percebo hoje a razão por que Auden disse que qualquer casamento duradoiro é mais apaixonante do que a mais acesa das paixões. Guardar é um trabalho custoso. As coisas têm tendência horrível para morrer. Salvá-las desse destino é a coisa mais bonita que se pode fazer. Haverá verbo mais bonito do que "Salvaguardar"? É Fácil para uma pessoa bater com a porta, zangar-se e ir-se embora. O que é difícil é ficar. Isto ensinou-me o amor da minha vida, rapariga de esquerda, a mim, rapaz conservador. (…)

Preservar é defender a alma do ataque da matéria e da animalidade. Deixadas sozinhas, as coisas amarelecem, apodrecem e morrem. Não há nada mais fácil do que esquecer o que já não existe. Começar do zero, ao contrário do que sempre pretenderam todos os revolucionários do mundo, é gratuito. Faz com que não seja preciso estudar, aprender, respeitar, absorver, continuar. Criar é fácil. As obras de arte criam-se como as galinhas. O difícil é continuar.

in: As Minhas Aventuras na República Portuguesa, por Miguel Esteves Cardoso, 2014

10 fevereiro 2014

Pieter Brueghel | MNAA




Pieter Brueghel, conhecido como "O Velho", para distingui-lo de seu filho mais velho, Pieter Brueghel, "O Jovem". Foi o primeiro de uma família de pintores flamengos, e considerado um dos melhores pintores do século XVI.

in: Rubens, Brueghel, Lorrain, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, Fev. 2014
Ver o Filme "A Procissão e o Calvário" [neste Blogue com a data: 7.Agosto.2012]

04 fevereiro 2014

MUDE | Museu do Design



. INVESTIGAR .
in.ves.ti.gar / v. [Do lat. investigare] Averiguar, indagar, sondar, inquirir, interrogar. Aprender. Descobrir, encontrar. Verificar, confirmar, infirmar.

Ali estão elas, algumas das Teses de Doutoramento realizadas no Doutoramento em Design, na Faculdade de Arquitectura, da Universidade de Lisboa. Entre elas a minha:
. Autora: Ana Paula de J. L. Gaspar
. Título: A Provocação dos Sentidos no Cartaz de Divulgação da Arte Contemporânea em Portugal 1989-2009
. Data: Lisboa, 18. Julho. 2012

in: Em Exposição no MUDE - Museu do Design e da Moda, em Lisboa [http://www.mude.pt]